quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Compartilhando: Vacinação: riscos e escolhas

Imunização
por Janet Balaskas


Pediatras em geral recomendam que todos os bebês sejam imunizados e, em alguns países a vacinação é obrigatória. O sistema imunológico de um bebê é imaturo e ainda está em desenvolvimento, atingindo seu auge em meados da adolescência.
Embora as vacinas tenham sido introduzidas pela primeira vez para combater graves doenças contagiosas, hoje elas têm o objetivo de proteger contra a maioria das doenças comuns da infância, e são oferecidas aos bebês mais cedo do que costumava ser há tempos atrás.

Os argumentos a favor e contra a imunização precisam ir até a raiz da questão: “O que é saúde e como podemos ajudar nossos filhos a construir a resistência a doenças e um forte sistema imunológico?"
Alguns defendem uma abordagem mais natural, onde as doenças infantis ajudam a fortalecer o sistema imunológico, proporcionando as bases para uma vida saudável. Por outro lado, imunologistas acreditam que as vacinas são muito bem sucedidas e têm sido capazes de erradicar as doenças mais ameaçadoras.
Os médicos apontam que as doenças infantis como caxumba e sarampo podem, embora raramente, ser graves. Rubéola, embora não seja propriamente uma doença grave, quando adquirida durante a gravidez, pode levar a uma má formação do bebê.
O lobby anti-vacinação tem levantado algumas preocupações que são significativas o suficiente para por em questão toda política de vacinação de rotina. Embora estes argumentos sejam aceitos pela comunidade médica, a maioria dos médicos não acredita que os resultados destas pesquisas sejam suficientemente conclusivos para superarem os benefícios da vacinação.
Esta é uma decisão que você precisa fazer em nome do seu filho. Há muitas perguntas e poucas respostas fáceis. Imunizar ou não continua sendo um grande dilema para muitos pais.

O que é vacinação?
A imunização é projetada para estimular artificialmente a imunidade através de uma vacina. A vacina nada mais é que a oferta de uma pequena concentração da forma viva de uma infecção, que gera o desencadeamento da produção de anticorpos contra esta infecção.

Atualmente é oferecida aos bebês como rotina a vacinação contra difteria, tétano, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, coqueluche, gripe, meningite e em alguns países a vacina contra a hepatite B. Doses de reforço são dadas conforme a criança cresce.

A abordagem ortodoxa
Profissionais de saúde mais ortodoxos argumentam que a imunização dá às crianças a proteção contra doenças potencialmente devastadoras da infância e impede a sua propagação através da comunidade – um fenômeno conhecido como imunidade de rebanho.

Eles apontam que antes do surgimento das vacinas milhares de bebês e crianças pequenas desenvolveram complicações graves ou morreram em epidemias de doenças infantis.
Com a introdução das vacinas a taxa de mortalidade infantil caiu drasticamente nos países industrializados. Sem vacinação, dizem eles, estas doenças podem tornar-se novamente comuns.
O grupo anti-vacinação argumenta que um maior cuidado com a alimentação, o estilo de vida e a saúde como um todo são os principais fatores da diminuição da mortalidade e que suprimir doenças leva ao surgimento de outras doenças. Eles acreditam que a ocorrência da doença cíclica e esta é a razão pela qual algumas doenças não são mais comuns.
Embora os profissionais ortodoxos reconheçam que algumas vacinas possam causar efeitos colaterais, eles afirmam que este é um preço pequeno a pagar para manter a imunidade de rebanho.

No entanto algumas das seguintes preocupações têm sido levantadas nos últimos anos, tornando este ponto de vista polêmico:
- Enquanto a imunização artificial pode proteger contra doenças agudas (ou seja, de curto prazo que vêm de repente), o preço disso pode ser um aumento da incidência de doenças crônicas. Algumas pesquisas mostram que o aumento dos problemas crônicos, como asma, alergias, autismo e outras condições podem estar ligados a introdução da vacinação de rotina.
- Há uma preocupação sobre os efeitos colaterais potencialmente prejudiciais da vacinação em geral e de algumas vacinas, em particular. Embora a grande maioria só causam menores efeitos colaterais – os mais comuns são vermelhidão e inchaço no local da injeção – podem aparecer consequências mais sérias.
- Algumas crianças tornam-se indispostas, irritadas e desenvolvem altas temperaturas e, raro, porém mais preocupante, um pequeno número  de crianças pode ter efeitos secundários graves, como a encefalite, dano cerebral permanente e que pode levar a morte em alguns casos. A  vacina da coqueluche tem sido objeto de intenso debate desde a década de 1970 devido ao risco de encefalite. A vacina sofreu alterações, mas ainda não provou ser sem risco.
- Mais especificamente, existem preocupações quanto ao número de vacinas que são administradas de uma só vez, como Hib / DTP (meningite por Hib / difteria, pólio, tétano) e tríplice viral (caxumba, sarampo e rubéola). Esta combinação pode sobrecarregar o  sistema imunológico imaturo de um bebê .

Na natureza é raro ter várias doenças de uma só vez. Uma outra questão pouco conhecida é como as diferentes vacinas administradas simultaneamente podem interagir umas com as outras.
Tem sido encontradas ligações entre as doenças auto-imunes como diabetes, em que o corpo se volta contra si mesmo, e a vacinação, que prepara o corpo para atacar a si mesmo.
Apesar de sabermos que a doença natural proporciona imunidade ao longo da vida, não sabemos se os bebês vacinados podem contrair estas doenças na idade adulta, podendo ou não resultar em um surto.

Muitos pais estão preocupados com o desconforto em curto prazo e reação local da injeção de um bebê. Esta é uma questão que você pode discutir com seu médico e em alguns casos vacinas orais estão disponíveis.

Suas escolhas
Pais do Reino Unido não são obrigados a terem seus filhos vacinados, embora possam ser fortemente aconselhados pelo médico, amigos ou parentes a realizar a vacinação. Se você decidir ir em frente, pode optar por atrasar ou escalonar algumas imunizações até que seu filho seja maior e tenha mais riscos de contrair doenças.

Em um bebê recém-nascido, por exemplo, é improvável que um ferimento profundo possa causar tétano e você poderia, portanto, optar por atrasar a vacinação contra tétano, até que ele  esteja andando e explorando ativamente o mundo exterior. Curiosamente, o Japão tem a menor taxa de mortalidade infantil no mundo, e as vacinas não são dadas aos bebês antes do primeiro ano.
Você também pode escolher  que seu bebê tome algumas vacinas, e não outras, com base em circunstâncias individuais do seu filho: tétano, por exemplo, se há risco real de ele pisar em um prego enferrujado, mas não dar a Hepatite B, a menos que você acredite que ele esteja sob risco real; e doenças infantis mais graves, como poliomielite e meningite, mas não contra a rubéola.
Em alguns países as vacinas combinadas podem ser dada de forma individual e não em combinação. No entanto, no Reino Unido isso não está amplamente disponível.
O assunto é altamente controverso e tomar uma decisão não é fácil. A única decisão correta é aquela que parece certa para seu filho e sua família, ou seja, aquela que faz sentido em suas vidas.

Chegar a uma decisão
Considere o seu estilo de vida e a exposição que seu filho esteja suscetível.
Leve em conta a necessidade do seu filho ao suporte imunológico. Por exemplo, um bebê alimentado exclusivamente por leite materno,  que consumiu uma grande quantidade de colostro e que provavelmente será amamentadode forma prolongada, é menos vulnerável do que um bebê  parcialmente amamentado ou o bebê alimentado com fórmula. Não há garantia de que um bebê amamentado exclusivamente não vá pegar doenças, e sim  que as doenças possam ocorrer de forma mais suave.
Recolher o máximo de informações possível sobre os prós e contras da vacinação e as diferentes vacinas disponíveis. Distinguir entre as doenças mais graves e mais comuns. Você estaria disponível em casa para amamentar o seu filho na ocorrência de uma doença comum, tais como caxumba, sarampo ou rubéola?
Considerar as implicações de seu filho contrair uma doença grave ou sofrer os efeitos colaterais de uma vacinação. Anotá-las. Isto pode ajudá-lo a ponderar as suas prioridades.
Discutir todas as questões com o seu parceiro ou pessoa de apoio e com um  profissional informado e receptivo,  como seu médico de família e ou um terapeuta alternativo ou complementar.


Minimizar problemas
Quando vacinar o seu bebê, certifique-se de que ele esteja bem no dia. Pediatras sugerem que bebês que estejam com algum mal-estar possuem maior risco de sofrer efeito colateral pela vacinação. É importante que o seu médico avalie a saúde do seu filho antes de vaciná-lo.

A vitamina C e suplementos dados nas semanas que antecedem a vacinação podem ajudar a diminuir a ameaça de complicações e fortalecer o sistema imunológico. Você pode consultar um médico com um interesse em nutrição, ou se você estiver amamentando, pode tomar alguns suplementos.
Existem remédios homeopáticos que podem ser dados antes e depois de seu filho ser vacinado para ajudar a neutralizar quaisquer efeitos secundários. Pergunte ao seu médico homeopata sobre estas medicações antes de seu filho ser vacinado.
Há também remédios homeopáticos chamado “nosódios”, que são por vezes descritos como vacina natural. Se uma criança tem particular suscetibilidade a uma doença ou por causa de sua constituição ou se houver uma epidemia e ela tenha sido exposta, os nosódios reforçam o sistema imunológico. No entanto, nem todos os homeopatas concordam com essa abordagem. Você também deve ter em mente que, como todos os remédios homeopáticos, os nosódios contêm pouquíssima quantidade do ingrediente ativo, e então eles não podem ser considerados como vacinas no sentido ortodoxo da palavra.

Tradução livre: Renata Deprá

http://www.activebirthcentre.com/Pages2/bbd18art1.html

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