segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Três meses e mais uma mastite

Quando a Beatriz estava com uma semana e um dia entrei em contato com minha primeira mastite. Foi daquelas bem típicas: primeiro um incômodo no peito, depois uma mudança abrupta de humor, o leite empedrado, a dor intensa, vermelhidão, calafrios, febre, e em 36 horas tudo termina como se nada tivesse acontecido. Fiz muita massagem, tomei banho quente para aliviar a dor, fiz compressa com folha de couve para retirar a quentura, esgotei um peito do qual não saia nada de tão duro, deixei mamilo e aréola de molho num copo com água morna para amolecer o peito e fazer o leite sair, e outras coisas que já nem lembro mais. Foi assustador. A sensação é que a dor e o mal estar nunca vão acabar. O medo de interromper a amamentação precocemente era desesperador. Eu sabia que dar de mamá era uma das coisas que mais ajudavam, e o fiz, muito, mas as lágrimas corriam porque a dor era muita. E como foi bem no comecinho, não tinha como descansar. A Beatriz acordava de hora em hora para mamar de madrugada, e nisso, infelizmente, o Raul não podia me ajudar. Pra piorar a situação eu estava em um momento pós –cirúrgico, e com todos os sintomas da mastite, ainda tinha que lidar com a dor abdominal e a sensação de “’vai estourar tudo”. Horrível. Mas passou. Sobrevivi.

A segunda mastite foi exatamente uma semana depois da primeira. Mesmos sintomas, mesmos procedimentos, só que no outro peito. Desta vez o agravante da cesárea já não perturbava mais. Foi difícil, porém bem mais fácil que a primeira.

A terceira e a quarta foram mais ligths. Num dia um bico doído, no dia seguinte o outro bico. Nessas eu já estava quase craque, e ambas passaram rapidinho. Nem dá pra considerar mastite, já que não teve leite empedrado. Foi algo estranho.

E a última (até o momento) foi neste domingo, quando senti novamente um incômodo no peito direito. Beatriz com três meses e meio e eu sinceramente achava que não teria mais isso. Bastou um dia com o apetite da Beatriz em baixa para eu sentir o leite empedrado, o vermelhidão, e a dor, muita dor. Mas desta vez eu já estou experiente. Meu humor não mudou e nem deixei os calafrios e a febre me pegarem. E dá-lhe massagem e muito mamá. O bom é que agora a Beatriz ta grandona e mama bastante, e com isso o alívio é sentido bem mais rápido. Sinto meu peito latejar. É ruim. Mas sei que vai passar. A dorzinha chata e o peito duro ainda estão aqui. Mas com a minha tranqüilidade (e experiência) sei que amanhã já não vou estar sentindo mais nada. Somente a felicidade e amor em amamentar. E viva minha linda Lua de Leite. Intensa, profunda, real, duradoura. Com suas provações, me faz acreditar ainda mais na maravilha que é nutrir e ser nutrida pela amamentação.


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