sexta-feira, 24 de junho de 2011

No meio de uma resposta, um desabafo de mãe!!

Hoje, ao responder um amigo que me agradeceu por uma conversa que tivemos, divaguei tanto no texto-resposta que percebi o sentido dele ter escrito para mim. Foi o impulso que eu precisava para este post. Acho que ele é mais um desabafo do que qualquer outra coisa, mas foi tão bom escrevê-lo. Me senti, digamos, com um microfone no meio de uma multidão. Normalmente leio, releio, reescrevo meus textos. Mas este não. Está totalmente cru. Do jeito que o pensamento veio eu escrevi. Espero que compreendam minhas palavras!

[...] Acho que parar e pensar no que sentimos é super importante, pois muitas vezes deixamos de lado nossas próprias emoções, vontades, sensações e intuições por conta de um medo, vergonha, enfim, uma timidez em expressar o que realmente sentimos e queremos mostrar aos outros. Isso acaba nos anulando pouco a pouco, porque acabamos por viver sempre em função do que os outros pensam e acham de nós, e sinceramente isso é muito ruim para nós mesmos e com o tempo, acaba sendo ruim para todos ao nosso redor! Acho que isso vale tanto para questões amorosas [...], quanto para questões, como posso dizer, maternas!! O que sinto em relação ao nascimento, a maternidade, a relação entre pais e filhos, é bem diferente do que a maioria a minha volta acha. E sou muito julgada por isso. Agora a coisa ta acalmando porque os outros estão percebendo que eu sei o que penso e falo, que é tudo muito bem refletido e baseado nos meus princípios e convicções, mas foi muito difícil aguentar as chicotadas por querer ter minha Bebê em casa, ou então usar fraldas de pano, pior ainda foi quando falei que a Beatriz vai dormir comigo e com o Raul até que ela se sinta pronta para ir para a própria cama. Regular mamá?!?! Estão loucos... quem decide quando está bom é o bebê!! Quando falo que vou ficar com ela pendurada o dia todo em  mim, todos acham impossível, absurdo, "você não aguenta", ou "espera ela nascer que você vai ver que não é bem assim". É assim sim, e ponto final! Eu quero ser uma mãe bem mamífera... você já viu alguma gata deixar sua cria chorando para limpar o pratinho de suas refeições?!?! Ou uma cadela deixar seus filhotes dormindo lá no canto sozinhos enquanto ela e o Sr. cachorro dormem quentinhos e bem juntinhos?!!? Nunca!!! Eles ficam todos juntos, sempre, o máximo possível!! E que tal uma leoa deixando qualquer um se aproximar e tocar em seus filhotes o tempo todo!??! Jamais!!!
As pessoas acham que porque somos seres humanos, supostamente racionais, temos que deixar nossa cria "a mercê do tempo", deixá-la acostumar com as frustações de clamar pela mãe e não ser atendida, entre outras milhares de questões assustadoramente tenebrosas que assolam as cabeças mal pensantes da nossa sociedade!! O ser humano tem a péssima mania de querer controlar tudo, tudo mesmo! Nem o nascimento é mais respeitado! Ou porque se marca uma cesárea desnecessária, ou porque se negligencia os processos que envolvem o processo do parto e do próprio nascimento. As pessoas não pensam que tudo, tudo mesmo começa com a gestação, que é intensificado no nascimento, e aprofundado durante a educação de uma criança. Com muitas exceções, claro, como é possível querer que um bebê que foi violentado (em todos os significados da palavra) ao nascer seja um adulto não violento?!?! Como que um serzinho que nunca foi acariciado, que nunca foi atendido, pode, ao crescer, oferecer carinho sincero, ser gentil, ou ser seguro nas decisões?!?! O ser humano se acha tão bom, tão superior, que é incapaz de pensar sobre as questões mais relevantes da sua própria existência. Triste ainda é saber que, se 100 pessoas lerem um texto como esse, 95 vão achar que tudo isso é bobagem ou vão achar que não fazem parte desses seres mal pensantes. Mas o que me conforta é saber que os outros 5 irão ler, refletir, mudar, melhorar. E quem sabe uns 2 ou 3 vão pronunciar a nova mudança e transformar, de repente, mais 1 vida. E assim vai-se formando um ciclo. E é neste ciclo que minha esperança se renova. Esperança de um mundo realmente melhor, mais verdadeiro.

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